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Objeto Direto Com Preposição? Sim, Existe!!!


Antes de falarmos dessa ‘irregularidade’, precisamos nos lembrar de alguns conceitos básicos. Vamos começar pela morfologia, antes de falar da sintaxe.
Opa! “Pera”! O que são essas duas coisas?
Então vamos começar por elas: morfologia é a parte da gramática responsável pelo estudo da palavra em si – seus elementos internos como radical, desinências e afixos – além da palavra como unidade formada por esses elementos e o papel que ela exerce no idioma, determinando a que classe ela pertence (p.ex. a classe dos substantivos tem o papel de nomear seres, os adjetivos caracterizam os seres, as preposições ligam palavras).
Já a sintaxe estuda a função que cada uma dessas classes de palavras pode exercer dentro dos períodos (frases verbais, enunciados que carregam uma mensagem, uma informação). Assim, um substantivo pode fazer o papel de sujeito, de complemento verbal, de aposto e por aí vai… É a famosa análise sintática.
Todo período é organizado em torno de um ou mais verbos (o que definirá se é período simples ou composto) e esses verbos também são classificados conforme o papel que exercem na construção do enunciado. Basicamente, eles podem ser de ligação ou de ação.

Verbos de Ligação e Ação

Os verbos de ligação fazem a ‘ponte’ entre o sujeito e uma característica que ele apresenta e os de ação são classificados conforme a necessidade que eles tenham ou não de um complemento para terem seu sentido completo. Observando essa necessidade, classificamos esses verbos como intransitivo – tem seu sentido completo, sem necessidade de mais informação (mas podemos acrescentar informações acessórias, na forma de adjuntos adverbiais) ou transitivos, aqueles que precisam de mais informação para fazer sentido.
Os verbos transitivos são complementados pelos chamados objetos, que podem ser diretos ou indiretos, de acordo com a regência do verbo.

Por definição, o objeto direto é o complemento do verbo que se liga a ele sem a intermediação de uma preposição, enquanto o objeto indireto faz a complementação do verbo ligando-se a ele por meio de uma preposição.
Vejamos alguns exemplos desses casos:
  • Darwin desenvolveu a teoria da evolução das espécies.
Sujeito – Darwin
Verbo – desenvolveu (VTD, pois é de ação e precisa de complemento, mas não de preposição)
Objeto Direto (OD) a teoria da evolução das espécies.
  • Poucas pessoas acreditaram na teoria de Darwin.
Sujeito – poucas pessoas
Verbo – acreditaram (VTI, quem acredita, acreditam EM algo, é preciso uma preposição para ligar o verbo ao complemento)
Objeto Indireto – na (em+a) teoria de Darwin.
Há, porém, alguns casos em que uma preposição é usada para realçar a ideia do objeto direto, ou para evitar uma confusão de sentido, ou ainda para indicar apenas uma parte de um todo. Nesses casos, teremos o chamado objeto direto preposicionado. Mas atenção! Essa preposição apenas se liga ao complemento e não altera de modo algum a caracterização do verbo, o qual continua sendo VTD. Os casos são estes:
  • Quando o OD é pronome pessoal tônico:
    Assim tu prejudicas a ti e a ela.
  • Com nomes que designam pessoas, para dar ênfase:
    Judas traiu a Cristo.
  • Para evitar que o objeto seja confundido com o sujeito (este nunca é preposicionado) em frases na ordem inversa:
    Aos mares desbravaram os navegantes portugueses.
  • Em expressões que indicam reciprocidade para manter a clareza:
    Os cãezinhos brincavam e mordiam-se uns aos outros.
  • Diante de pronomes indefinidos:
    Cumprimentou a todos.
  • Em expressões partitivas:
    Comeu do pão e bebeu do vinho. (não foi todo o pão, nem todo o vinho, apenas uma parte)
Em todos os casos acima, os verbos continuam sendo VTD, apenas garantimos, com a presença da preposição, que as mensagens sejam claras, ou tenham ênfase nos termos preposicionados.

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